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Histórias de mulheres com patrocínio sobem ao palco


Data:  09-08-2008     Fonte:  DN



  Judith Thompson. Uma das mais conceituadas dramaturgas e encenadoras canadianas aceitou construir uma peça de teatro que é parte de uma campanha de "marketing"da marca "Dove". Por causa das histórias dessas 12 mulheres que contam a vida em palco, nem se preocupou com o facto de a peça poder servir para vender sabonetes.

   "Body & Soul" teve sempre a lotação esgotada no Canadá.

   Cada assento da sala do Youth Center for the Performing Arts em Toronto tinha, em Maio, quando Body & Soul se estreou, uma prenda para os espectadores. Um saco com três produtos diferentes da Dove. Uma lembrança normal num qualquer evento patrocinado no mundo inteiro, só que desta vez era a estreia da nova peça de uma das mais conceituadas dramaturgas e encenadoras canadianas, Judith Thompson.

   Uma dúzia de mulheres entre os 45 e os 78 anos, sem qualquer experiência de palco, conta, através de diálogos e monólogos com o seu próprio corpo, episódios marcantes da sua biografia. Todas foram escolhidas num longo e meticuloso processo de selecção iniciado com um pedido estranho: que todas escrevessem uma carta ao seu corpo.

   A ideia de criar uma peça de teatro sobre a beleza e o envelhecimento das mulheres como parte da campanha "Beleza Real" no Canadá partiu da agência de publicidade Ogilvy & Mather em 2004. Por trás estava a estratégia de marketing da multinacional Unilever para a sua marca Dove: aumentar a auto-estima das consumidoras com mais de 40 anos para que continuem a comprar produtos de beleza.

   Judith Thompson, que tem 53 anos, aceitou o convite para dirigir o projecto, proceder à selecção das histórias e das mulheres e, apesar de o seu nome ser uma das principais referências da dramaturgia do seu país (o principal diário canadiano, Globe & Mail, chegou a chamar-lhe um "milagre"), não pestanejou pelo facto de por trás de tudo estar uma marca comercial.

   "É óbvio que o teatro sempre teve patrocínios. Shakespeare foi patrocinado pela monarquia. Ao ler as suas peças, apercebemo-nos claramente das concessões, ele tinha de fazer concessões para que o seu teatro pudesse sobreviver. Aqui não existem concessões", garantiu a dramaturga e encenadora numa entrevista ao referido Globe & Mail.

   Com ou sem caução histórica, Body & Soul não deixou de causar polémica quando se estreou, fazendo temer a alguns que o teatro pudesse estar a caminho da invasão comercial que lhe destrua a essência, até porque não se trata somente de a Dove ter escolhido patrocinar uma peça: a marca definiu bem as premissas daquilo que queria que a peça contasse.

   Preocupações que não parecem ter tirado o sono à dramaturga e encenadora: "Não me interessa se tudo isto é para vender sabonete, não tenho nada contra o sabonete. É completamente irrelevante porque isto tem tudo a ver com eu acreditar no valor das vidas e das histórias de mulheres mais velhas", acrescentou Judith Thompson na referida entrevista.

   Histórias de divórcios, de luta contra o cancro da mama, de viuvez precoce, de luta pelos direitos raciais, pelos direitos dos homossexuais, pelos direitos dos imigrantes, pelos direitos dos deficientes, de exercício e fome para manter a linha, de auto-estima e da falta dela.

   Body & Soul é uma manta de paixões, traumas, sonhos e alegrias, retalhos cosidos pela dramaturgia de Thompson e o entusiasmo de 12 mulheres sem experiência de palco à procura de serem elas próprias, autênticas, enquanto se interpretam e expõem para uma audiência.

   Imagens das audições e dos workshops de desenvolvimento do texto final podem ser vistos em pequenos filmes no site da Dove Canadá. Muitos risos, alguns choros, alegria, entusiasmo, cumplicidade e desejo de mostrar que a beleza de um corpo também pode estar na cartografia de experiências nele traçada.

   Apesar de essa mensagem ser exactamente aquela que a Unilever quer associada à sua marca Dove, Judith Thompson garantiu ter ficado surpreendida pela generosidade da empresa em financiar um projecto sem esperar lucrar com isso directamente.

   No tempo que esteve em cena, Body & Soul teve sempre lotação esgotada e um entusiasmo do público feminino de alguma forma semelhante, salvo as devidas distâncias em termos de dimensão, ao que os Monólogos da Vagina conseguiram na sua passagem pelos palcos de muitos países do mundo, incluindo Portugal.


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