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O envelhecimento da população


Data:  20-03-2012     Fonte:  Setúbal na Rede



 O envelhecimento da população europeia em geral e a população portuguesa em particular é um assunto pouco falado na comunicação social. Salvo, claro, quando um idoso morre sozinho em casa. No entanto este problema, que se agudiza dia a dia, tem que a começar a ser encarado frontalmente e o mais depressa possível. De contrário, daqui a uns anos, os governos e a população irão encontrar-se numa situação muito complicada.

Tudo começou após a II guerra mundial com o grande aumento de população, no pós guerra, graças ao regresso em massa dos soldados assim como à melhoria das condições de vida das populações. Esse aumento de população ficou conhecido com o nome de baby-boom. Esses bebés agora estão velhos e formam a classe dos idosos que, pela primeira vez na história da humanidade, ultrapassou o número de jovens.

Atualmente, na Europa, as pessoas com mais de 65 anos são 17 % da população mas estima-se que em 2035 serão já 25 % do total. Mas os idosos com mais de 80 anos, que são hoje 4 %, em 2035 deverão ser cerca de 6%.

Em Portugal atualmente para 100 jovens, com menos de 15 anos, existem 130 idosos com mais de 65 anos mas estima-se que, em 2030, aquele número suba para 194 idosos, quase o dobro. Isto porque a esperança de vida aumentou muito em Portugal, nos últimos 30 anos, sendo hoje de 76 anos para os homens e de 82 anos para as mulheres. Mas estes números variam muito segundo as regiões do país. Em alguns concelhos do interior, como Penamacor ou Alcoutim, os idosos são cinco vezes mais numerosos que os jovens. Por exemplo em Penamacor os dois maiores empregadores do concelho são a câmara municipal e um lar de 3ª idade, ambos com 350 postos de trabalho, cada um, o que mostra bem realidade social da povoação.

Estes concelhos do interior estão condenados a médio prazo uma vez que não há meios para aumentar a população jovem e nem sequer de recuperar jovens de outros concelhos. Os jovens foram para as povoações do litoral, há menos casais jovens e ao mesmo tempo as mulheres passaram a ter menos filhos. Basta dizer se em 1960 cada mulher portuguesa, na idade fértil, tinha em média 3,2 filhos e hoje tem apenas 1,4 quando o valor necessário, para o equilíbrio demográfico, é de 2,1 filhos.

Um problema que se levanta, nos países industrializados, é o que fazer no futuro com tantos idosos e tão poucas crianças. O caso das crianças pode ser resolvido graças à emigração de jovens dando-lhes facilidades para terem estabilidade profissional nos locais de acolhimento, o que é fácil de dizer e de escrever mas não é fácil de se concretizar.

Quanto aos idosos temos que encontrar maneira de os integrar ativamente na sociedade e o ideal são as atividades de voluntariado. No entanto não é fácil de se aplicar em grande escala e muitos idosos não querem ou não podem dar o seu contributo por variadas razões. Um recente inquérito sobre este assunto, em Portugal, revelou que apenas 27 % dos idosos estão interessado em trabalhar depois dos 65 anos enquanto na União Europeia a percentagem foi de 33 %. Portugal até está bem encaminhado, neste especto, pois é o país na União Europeia no qual mais idosos continuam a trabalhar, após os 65 anos, com uma ocupação de 17 % onde a média na EU é de 6%.

As reformas dos portugueses são baixas quando comparadas com as da EU. Se apenas olharmos às reformas pagas pela Segurança Social a média dos pagamentos é de 400 euros mas, por exemplo, no distrito de Bragança aquele valor passa para uns tristes 294 euros. Mas, apesar das reformas em Portugal serem baixas, elas formam um encargo grande para o Estado pois levam cerca de 13 % do PIB ou seja mais de 20 mil milhões de euros. Só a Segurança Social paga, mensalmente, cerca de 1, 8 milhões de reformas.

Outro problema é o financiamento das reformas. Se hoje cada aposentado tem cerca de quatro contribuintes em 2060 deverá ter apenas dois contribuintes para a sua reforma. Daqui se pode perguntar de onde virá o dinheiro para tais apoios sociais.

Em face destes números, que irão aumentar nos próximos anos, o Estado terá que preparar, com antecedência, soluções minimamente viáveis. Para isso será necessário que a maior parte dos partidos, com representação parlamentar, estudem o assunto sem demagogias, nem utopias e nem sequer com argumentos de caça ao voto pois de outro modo as consequências serão dramáticas.

Penso que a solução deverá passar pela redução das pensões mais altas, na minha opinião o Estado não deveria pagar pensões superiores a 3 000 euros, e também pela redução gradual das pensões de modo a penalizar mais as pensões mais altas e proporcionalmente cada vez menos até às pensões mais baixas. Mas esta descida não pode ser numa percentagem fixa pois iria penalizar as pensões mais baixas. Por exemplo, se uma pensão de 3000 euros for reduzida em 10 % ficaria com no valor de 2 700 euros o que é ainda uma boa pensão. Mas uma pensão de 700 euros ficaria sem 70 euros que já daria certamente para pagar a eletricidade e o gás do reformado.

Há métodos matemáticos que permitam tais cálculos, com justiça e clareza, queiram assim os nossos governantes aplicá-los.

Artigo de Opinião por Alberto Pereira (Professor Aposentado)


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