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Envelhecimento Ativo em Debate pela Associação Gerações
Data: 11-03-2012
Fonte: Correio do Minho
Com o auditório da Biblioteca Camilo Castelo Branco repleto, uma centena e meia de participantes e oradores de excelência, foi assim que a Associação Gerações levou a cabo no passado dia 8 de Março, um seminário onde as principais questões sobre o envelhecimento ativo estiveram em análise.
Dar vida aos anos foi o mote deste encontro que contou com a presença de vários especialistas e investigadores na área do envelhecimento ativo.
A sessão de abertura contou com a presença do Dr. Paulo Cunha em representação da Camara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que não deixou de parabenizar a Associação Gerações pela realização do evento.
Ana Isabel Sousa, mestre em gerontologia social, analisou com todos os presentes a importância de promovermos iniciativas que de facto 'deem vida aos anos', ao invés de meramente acrescentarmos anos à vida. Esta mensagem tem como pressuposto que não valerá de muito à sociedade viver muitos anos, se esses mesmos anos não forem de qualidade e bem-estar.
Ana Isabel Pinheiro, técnica de serviço social e mestre em psicologia do idoso, partilhou uma reflexão em torno das questões da solidão que tanto preocupam a sociedade, reforçando a importância da satisfação com vida, como estratégia essencial no combate ao isolamento e à solidão.
Alice Matos, docente da universidade do Minho, expôs a sua perspetiva critica sobre o conceito de envelhecimento ativo, enquanto conceito político, que despertou em todos os participantes o pensamento crítico sobre o tema. Reconhecer e valorizar os contributos dos mais velhos e evitar a exclusão social, fomentar iniciativas que envolvam os mais idosos e os mais jovens e a mudança de atitudes dos mais jovens para com os mais velhos, foram algumas das questões analisadas pela oradora da universidade do Minho. Alice Matos desafiou ainda os presentes a refletirem sobre o que fazer pela solidariedade entre as gerações e o papel das instituições de solidariedade social.
Arthur Neto, docente na universidade Portucalense e no instituto de estudos superiores de Fafe, expôs algumas reflexões em torno dos desafios que os mais velhos atravessam na transição da vida laboral para a reforma.
Cláudia Moura autora e editora da obra 'Processos e Estratégias do Envelhecimento', esteve também presente no seminário para fazer a apresentação da obra que se assume como uma referência na intervenção para um envelhecimento ativo e que contempla vários textos de autores conceituados.
Este foi um seminário rico em ideias, conceitos e partilhas, que cumpriu com rigor o seu grande objetivo: assinalar o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e sensibilizar a população e os técnicos que trabalham diariamente com este público, para as questões e para os desafios que decorrem do envelhecimento.
A forma como decorreram os trabalhos e a análise dos questionários de avaliação da satisfação confirmam a pertinência das temáticas abordadas. É urgente uma nova visão sobre o envelhecimento, capaz de adicionar mais vida aos anos e não apenas mais anos à vida; é preciso converter as invenções em inovações úteis, capazes de transformar a vida dos mais seniores e dos que os apoiam.
As instituições e a sociedade devem criar novas condições para que cada um possa continuar a viver em sua casa e, ao mesmo tempo, preservar a saúde e a segurança, experimentando novos modelos de saúde e de apoio social, devolvendo aos seniores o controlo sobre a sua vida.
Na verdade, o seminário realizado pela Associação Gerações destaca mensagens cruciais nomeadamente no que diz respeito à importância do combate ao isolamento social e à solidão, à importância do sénior e idoso sentir continuamente a motivação para viver, destacando que estar ligado à família e aos amigos, às redes sociais e aos serviços de apoio é a chave para envelhecer bem e promover assim o envelhecimento ativo de todos os seniores da nossa sociedade.