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O grande triunfo da pequena caixa
Data: 07-07-2010
Fonte: JN
Invenção de alunos desperta o interesse de empresas.
Do desespero saiu a ideia alternativa, logo abandonada: fazer queques. Valeu a persistência. Alunos da Escola Secundária do Cerco do Porto, sem nada saberem da poda, conceberam um equipamento electrónico premiado, que será produzido e comercializado.
No quadro de uma população que envelhece, a concepção de uma caixa dispensadora de medicamentos, com temporizador e ligação a redes de telemóveis, pode significar percepção do mercado ou sentido de oportunidade. A ideia mais não foi, porém, do que resposta à situação familiar de um membro deste grupo de sete alunos do 12.º ano, mais vocacionados para áreas como a Medicina ou a Psicologia, que tiveram de responder ao desafio da Área de Projecto: formar uma empresa e criar um produto passível de ser produzido e posto no mercado. Participar num concurso europeu foi a consagração.
Geritemp, trocadilho em que surgem misturados a geriatria e a necessidade de gerir o tempo, é o nome de uma empresa em que todos têm cargos sonantes. A saber: Rita Monteiro (presidente); Sara Macedo (directora de marketing); Ana Catarina Fonseca (directora de operações); Sara Madureira (directora financeira); Jorge Cabral (director de TIC); Bruno Ribeiro (director de Recursos Humanos); Sérgio Santos (director de vendas). Dessa empresa saiu o Tic-Medic Tac. "A caixa", dizem, ou, quando mais cuidadosos, "o aparelho".
Dentro da alegria do concurso europeu "Junior Achievement - Young Enterprise", em Lisboa (um segundo lugar na categoria de sustentabilidade e muitos contactos de empresas ou entidades dispostas a dar ao projecto pernas para andar no mundo real), o grande desgosto foi terem perdido para um aparelho dinamarquês, destinado a combater o stresse dos porcos. "Nem fale nisso", dizem, em uníssono.
Todos falam, mas de uma forma muito institucional, dizendo pouco mais do que a parte descritiva que atrás foi ficando escrita. Mas desbloqueiam, de vez em quando. Principalmente Sérgio, quando diz que a escolha de nome para o produto "foi na tanga". Ou quando falam com o professor, dizendo-lhe para fazer "aquele jeitinho ao cabelo". Ou quando admitem estar cansados de aparecer, pelo menos desde que lhes exigiram que dissessem, para a televisão, que sonhavam com coisas tecnológicas das quais pouco querem saber.